O paracetamol (DCI) ou paracetamol (acetaminofen) é um fármaco com propriedades analgésicas, sem propriedades anti-inflamatórias clinicamente significativas. Atua inibindo a síntese das prostaglandinas, mediadores celulares responsáveis pelo aparecimento da dor. Além disso, tem efeitos antipiréticos, ou seja, regula a temperatura, antitérmico. Apresentam-se geralmente sob a forma de cápsulas, comprimidos, supositórios ou gotas de administração oral. Esta é a definição do paracetamol, agora vamos ver os riscos de tomar paracetamol durante a gravidez, assim como outros efeitos de toxicidade ou de overdose.

Estudos Sobre o Paracetamol Durante a Gravidez:

O paracetamol é um desses medicamentos que todos temos em casa e que não hesitamos em tomar se dói à cabeça ou temos alguns graus de febre. É por isso que sempre foi considerado como um medicamento seguro, inclusive durante a gravidez. Alguns anos atrás, no entanto, começaram a serem publicados estudos que relacionam o seu consumo com o aumento do risco de asma na infância e inclusive outras doenças pulmonares.

Os Riscos de Tomar Paracetamol Durante a Gravidez

Os últimos relatórios são mais devastadores, se possível, já que ao maior risco de doenças pulmonares, é preciso acrescentar que os filhos de mães que tomaram paracetamol durante a gravidez são mais propensos a ter um pior desenvolvimento neuronal.

Mas tampouco devemos nos assustar, os riscos de tomar paracetamol durante a gravidez, existem, mas como acontece com todos os medicamentos, você precisa ingeri-lo na dosagem adequada e sob supervisão médica. O paracetamol continua sendo um medicamento seguro para as mulheres grávidas sempre que tomado somente quando necessário, não podemos usar paracetamol em tratamentos prolongados.

Possíveis Efeitos do Paracetamol Sobre o Bebê Durante a Gravidez:

Nas últimas pesquisas tem sido descoberto que este medicamento atravessa a placenta e chega ao feto não tem capacidade para metabolizá-lo. Portanto, pode ter efeitos colaterais sobre o bebê, se tomado de forma contínua.

Transtornos Reprodutivos em Bebês do Sexo Masculino: Utilizar o paracetamol durante a gravidez por um período prolongado de tempo poderia contribuir para transtornos reprodutivos em bebês do sexo masculino.

Embora o paracetamol continue sendo o analgésico mais seguro para as mulheres grávidas, um estudo realizado pela Universidade de Edimburgo sugere que tomar o fármaco durante a gravidez pode reduzir os níveis de testosterona, o que pode causar um risco aumentado de infertilidade, câncer testicular e testículos que não desceram.

O Dr. Martin Ward-Platt, do Royal College de Pediatria e Saúde Infantil Britânico, explicou que "os resultados deste estudo enviam uma mensagem clara. As mulheres grávidas não devem prolongar o uso de paracetamol durante a gravidez. Devem tomá-lo apenas quando necessário". "Há momentos em que uma ou duas doses são necessárias para tratar episódios de febre, por exemplo".

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Tem sido questionado, como já temos visto, a segurança do paracetamol durante a gravidez. De acordo com um estudo conjunto da Universidade da Califórnia e da Universidade de Aarhus (Dinamarca), pode haver uma relação entre tomar paracetamol e o transtorno por déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

No estudo foram analisadas mais de 64.000 crianças e mães para comprovar se haviam tomado paracetamol durante a gravidez. Para isso, foram realizadas entrevistas telefônicas até três vezes durante toda a gestação e seis meses após o nascimento do bebê. De acordo com os dados obtidos, as crianças cujas mães tinham tomado este medicamento durante a gravidez tinham entre 13% e 37% mais probabilidades de desenvolver TDAH.

O estudo procurou saber como afetava o paracetamol no desenvolvimento psicomotor, na expressão de problemas de comportamento e em como as crianças viviam estes problemas e no caráter e temperamento que estes desenvolviam.

Os pesquisadores descobriram que as crianças que tinham sido expostas ao paracetamol durante mais de 28 dias tinham um pior desenvolvimento de habilidades motoras brutas, da comunicação, um pior desempenho e alguns níveis de atividade superiores.

As crianças que foram expostas em um curto prazo de paracetamol (entre 1 e 27 dias), também tiveram um desenvolvimento motor pior, mas os efeitos foram mais baixos do que quando se tomava por um período mais longo.

Depois de comparar este pior desenvolvimento com o uso de ibuprofeno durante a gravidez para saber se os problemas poderiam ser causados por outras questões e não com o paracetamol, e se deram conta de que com este fármaco acontecia o mesmo. No entanto, isto não significa que seja mais seguro, já que o uso de anti-inflamatórios poderia aumentar o risco de aborto, entre outros riscos.

Os resultados finais o que concluem sobre a pesquisa é que realmente não é uma investigação confiável o suficiente para garantir que o paracetamol pode provocar problemas de desenvolvimento neural, pois seria necessário demonstrar que existe uma relação de causa e efeito e que precisamos fazer mais estudos a respeito para corroborar suas conclusões ou refutá-las. Até então, seguiremos dizendo o de sempre, se você pode evitar, o ideal é não tomar nenhuma medicação durante a gravidez.

Esperemos que, eventualmente, encontrem uma alternativa muito mais segura tanto para a mãe como para o bebê, mas, entretanto, sempre teremos remédios naturais, saudáveis e eficazes para controlar a dor e a febre.

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Paracetamol Durante a Gravidez | Como Influenciam os Medicamentos:

Os medicamentos na gravidez devem sempre ser prescritos pelo médico, tomá-los apenas quando estritamente necessário e ter muito cuidado com a dosagem, que deverá ser a mínima possível.

Todos os medicamentos que toma uma mulher grávida podem passar pela placenta e chegar ao bebê, e alguns deles causam defeitos ou danos congênitos. O risco é maior durante o período de organogênese, formação dos órgãos fetais, especialmente no primeiro trimestre.

É importante ressaltar que a maioria dos medicamentos não tem sido estudada em mulheres grávidas, para determinar se causam danos ao feto em desenvolvimento.

Estas mudanças fisiológicas podem modificar a farmacocinética nas diferentes fases da mesma, desde a absorção do fármaco até a eliminação do mesmo. As mudanças tendem a ocorrer de forma gradual durante a gravidez, sendo mais intensas no último trimestre do mesmo e desaparecendo poucas semanas após o parto.

A barreira placentária é atravessada pela maioria dos medicamentos utilizando um mecanismo de difusão simples, mas pode também ser utilizado ou ser influenciado por outros mecanismos, como o arraste de solventes, o transporte ativo ou pinocitose. A barreira placentária é especialmente permeável a substâncias lipossolúveis, de baixo peso molecular, de baixa ionização em pH fisiológico e com escassa união às proteínas plasmáticas.

A passagem do fármaco através da placenta também é influenciada pelas características da mesma e pelo fluxo de sangue da placenta. Além disso, o feto pode ingerir o fármaco ou seus metabolitos através da ingestão das substâncias existentes no líquido amniótico.

Para que a alteração se produza é necessária à confluência de várias circunstâncias: tomar um medicamento potencialmente teratogênico, administração do mesmo em uma dose e durante um tempo suficiente, a existência de um feto susceptível e que esta interação se produza em um determinado período da gravidez. As possíveis consequências teratogênicas vão depender do momento da gestação em que ocorra a tomada do medicamento:

  • 2 semanas iniciais (período de implantação): Conhecido por período de "tudo ou nada", porque se acredita que o embrião não é suscetível ao efeito teratogênico do fármaco e, que não se produz nada, ou se produz a morte do mesmo e consequentemente o aborto.
  • Período de 2 a 10 semanas (período de organogênese): É a fase de maior risco, já que o efeito teratogênico, nesta fase, pode causar anormalidades estruturais que se traduzem em malformações importantes que em muitos casos são incompatíveis com o desenvolvimento fetal dando lugar a abortos ou malformações fetais incompatíveis com a vida após o nascimento.
  • Período subsequente à 10ª semana (período de desenvolvimento): Os fármacos consumidos nesta fase podem causar alterações no crescimento e desenvolvimento funcional do feto ou alterações morfológicas que geralmente são de gravidade menor do que as ocasionadas na fase de organogênese.